segunda-feira, 22 de agosto de 2011

OMG News: “Sou a maior barreira que existe para aprovarem a lei que criminaliza a homofobia” afirma Silas Malafaia

Pr Silas e familia
QUEM É
Carioca de 52 anos, é o pastor líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Formado em psicologia pela Universidade Gama Filho, é casado e tem três filhos

O QUE FAZ
Há 29 anos apresenta programas na TV, exibidos em rede nacional e no exterior

O QUE FEZ
Publicou mais de 100 livros e diz ser o pastor que mais vende DVDs de mensagem no Brasil, cerca de 1 milhão de cópias por ano

ÉPOCA – O senhor é pastor da Assembleia de Deus, mas, diferentemente de outros líderes evangélicos, é muito ouvido por fiéis de outras denominações. Qual é a diferença?

Silas Malafaia – Estou na TV há 29 anos ininterruptos e nunca fiz programas para a Assembleia de Deus. Então, o pessoal me codifica como um pregador. Faço um programa interdenominacional. Sempre trabalhei como uma voz apologética em defesa da fé. Por causa disso, acabei conquistando espaço entre outros segmentos. Hoje, existem quatro pastores em rede nacional: Edir Macedo, da Universal, R.R. Soares, da Internacional da Graça, Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, e eu. Sou o único que sempre fiz programa para todo mundo. Não porque sou bom. É porque não tem espaço, amigo.

ÉPOCA – As igrejas evangélicas ainda têm uma imagem muito estigmatizada entre os não evangélicos. Por que, em sua opinião?

Malafaia – Isso mudou muito, irmão. Hoje, essa história de imagem estigmatizada é cafezinho. Antigamente, nego só botava coisa ruim sobre os evangélicos na televisão, nos jornais. Era só cacete em cima de pastor. Agora tem jogador de futebol evangélico, artista…

ÉPOCA – O senhor acha que alguns líderes evangélicos ajudaram a criar essa imagem estigmatizada?

Malafaia – É aquela história de perdas e ganhos que todo segmento social sofre. Algumas atitudes fizeram a gente perder, outras fizeram ganhar. Tome o exemplo da Universal e do Edir Macedo. Ele ajudou em algumas coisas e prejudicou em outras. Ele é um cara que fez a igreja evangélica despertar para um evangelismo ousado, igreja aberta o tempo todo. Antes, as igrejas evangélicas abriam duas vezes por semana à noite. O Macedo é que arrebentou com isso, entende? O lado ruim da coisa é o sincretismo.

ÉPOCA – Qual é sua relação com o bispo Edir Macedo?

Malafaia – A Bíblia tem um texto que diz assim: “Poderão andar dois juntos se não estiverem de acordo?”. Eu já ajudei o Macedo quando ele foi preso, mas eles são separatistas, só veem o lado deles. Então, não me presto a andar com uma pessoa que só quer andar com mão única para ela. Sou a favor de mão dupla: para lá e para cá, entende? O Macedo está isolado, todo mundo sabe. Eles só são evangélicos para os outros quando estão com dor de barriga, quando o pau está quebrando em cima deles ou então por interesse político. A comunidade evangélica está madura e não se presta mais a isso.

ÉPOCA – Nos bastidores, circulou a notícia de que o senhor estaria apoiando o PSD, o partido que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, quer construir. Procede?

Malafaia – Amigo, não apoio partido nenhum. Apoio pessoas. Meu irmão (o deputado estadual Samuel Malafaia, do PR-RJ) está querendo ir para lá (o PSD), mas isso é problema dele.

ÉPOCA – Qual é sua opinião sobre Kassab?

Malafaia – Nada a falar contra ele.

ÉPOCA – Mas, no passado, o senhor já se desentendeu com ele…

Malafaia – Eu o critiquei quando ele fechou uma igreja evangélica do apóstolo Valdemiro Santiago. Ser amigo ou respeitar alguém não significa ser capacho ou concordar com tudo o que essa pessoa faça.

ÉPOCA – Na eleição presidencial do ano passado, o senhor apoiou Marina Silva no início. Ainda no primeiro turno, passou a pedir voto para o José Serra. Por que mudou de lado?

Malafaia – Pior do que um ímpio é um cristão que dissimula. A Marina, membro da Assembleia de Deus, sabe que, como uma pessoa de fé, não pode negociar sobre questões de aborto nem de homossexualismo. Ela era contra o aborto, mas por que dizia que faria um plebiscito? Ela quis dar de bacana, jogar para a galera, e eu falei não. Qualquer um podia fazer aquilo, menos ela, por suas convicções de fé.

ÉPOCA – Por que o José Serra?

Malafaia – Acredito que tinha de me posicionar. Naquele momento, o Serra era o mais adequado para isso. Ele mantinha uma posição firme sobre aborto, que foi o grande debate da campanha desde lá atrás. A Dilma dissimulou a história. Ela se posicionou a favor do aborto para a revista Marie Claire, depois mudou o discurso. O único que se coadunava com meus valores e crenças era o Serra.

ÉPOCA – Em sua opinião, o debate de questões religiosas deverá se repetir nas próximas disputas eleitorais?

Malafaia – É lógico. Amigo, hoje em dia governante vai ter de dizer em que princípios acredita. Vai ter de botar a cara, porque a comunidade evangélica está bem esperta, madura. Não vai dar para ficar em cima do muro. Não queremos que nenhum político tenha a ideia de que lutamos por uma República evangélica e que, por isso, ele tem de abraçar nossos princípios e mandar todo o mundo às favas. Não estou dizendo também que o cara, para ter apoio dos evangélicos, tem de odiar os homossexuais. Não é radicalismo imbecil e idiota. Se um governante apoiar leis que privilegiam homossexuais em detrimento da sociedade, vamos cair em cima. Hoje, sou a maior barreira que existe para aprovarem a lei que criminaliza a homofobia. E, se abrir a boca para dizer que apoia o aborto, vai ficar feio também.

ÉPOCA – O que é, em sua opinião, a homossexualidade?

Malafaia – O homossexualismo é comportamental. Uma pessoa é homem ou mulher por determinação genética, e homossexual por preferência apreendida ou imposta. É um comportamento. Ninguém nasce homossexual. Não existe ordem cromossômica homossexual, não existem genes homossexuais. O cromossomo de um homem hétero e de um homem homossexual é a mesma coisa. O resto é falácia, é blá-blá-blá. Só existe macho e fêmea, meu amigo.

ÉPOCA – Por que o comportamento homossexual se desenvolve?

Malafaia – A Bíblia diz que, aos homens que não se importaram em ter conhecimento de Deus, Ele os entregou um sentimento perverso para fazerem coisas que não convêm. Do ponto de vista comportamental, é promiscuidade mesmo, meu amigo. O ser humano quer quebrar todos os limites. Quanto mais ele quebra limites, mais insaciável se torna. Ninguém nasce homossexual. É a promiscuidade do ser humano.

ÉPOCA – É possível alguém deixar de ser homossexual?

Malafaia – Nossa igreja está cheia de gente que era homossexual. O cara não nasceu (homossexual). Se não nasceu, amigo… Ninguém nasce homossexual. É uma opção, por uma série de elementos: ou porque foi violentado, ou porque escolheu por modelo de imitação. O ser humano vive por modelo de imitação.

ÉPOCA – E como se dá essa reversão?

Malafaia – Meu filho, essa reversão é o cara voltar a ser macho e a mulher voltar a ser fêmea. Dar forças para o cara vencer isso. Acredito no poder do Evangelho para transformar qualquer pessoa, inclusive homossexuais.

ÉPOCA – Qual é sua opinião sobre os casos de violência contra homossexuais?

Malafaia – Vou te dar alguns numerozinhos para a gente poder desfazer essa conversinha fiada para boi dormir. Os números é que vão dizer: no ano passado, 50 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, e 260 eram homossexuais. Que índice é esse para dizer que o Brasil é um país homofóbico? Outro número: mais de 300 mulheres foram assassinadas por violência doméstica em 2010, mas ninguém fala nada. Mais de 100 crianças são assassinadas ou violentamente espancadas por dia, e ninguém fala nada. Sabe por quê? É porque por trás das editorias dos jornais, da televisão existe uma bicharada desgramada que dá toda essa ênfase para eles. Não quero que ninguém morra, amigo, mas o índice (de mortes de homossexuais) é insignificante para a violência que acontece no Brasil. Então, esse é um apelo de propaganda para eles (gays) poderem ter benefícios em detrimento do conjunto da coletividade social. Essa daí é velha, e eu não sou otário. Sei pesquisar os números, e a imprensa não dá os números. Tem mais heterossexual que homossexual sendo assassinado. Você sabe o que é homofobia para os homossexuais? Olhar com cara feia para um gay é homofobia. Não concordar com a prática deles é homofobia. Uma coisa é criticar a conduta, outra é discriminar pessoas. Tudo para eles é homofobia. Essa é a malandragem deles, e eu não caio nessa.

ÉPOCA – Os ativistas homossexuais são heterofóbicos?

Malafaia – Acho que eles são uns malandros que ganham verba dos governos federal, estadual e municipal para fazer esse papel. São uns malandros oportunistas faturando em cima da grana que as ONGs deles recebem. Essa é a verdade nua e crua. Não é pouca grana, não. E ninguém fala disso. Os ativistas homossexuais são pagos para esse serviço podre que fazem de chamar todo mundo de homofóbico.

ÉPOCA – O que fazer com o comportamento homossexual?

Malafaia – O comportamento homossexual é um direito que a pessoa tem. O direito de ser é guardado pela Constituição, pelo livre-arbítrio. Não quero que ninguém seja eliminado. Critica-se presidente da República, critica-se pastor, padre, deputado, mas não pode criticar uma prática? Em hipótese alguma. Querer eliminar homossexual é homofobia. Não quero isso. Quero discutir com um homossexual e poder dizer que sou contra a prática dele, assim como os gays podem me dizer que são contra a prática dos evangélicos. Isso é democracia.

ÉPOCA – O que o senhor acha das críticas feitas ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) (político contrário às leis que criminalizam a homofobia)?

Malafaia – Você vai ver o Jair Bolsonaro nas póximas eleições. Ele vai ter três ou quatro vezes mais votos que recebeu na eleição passada. A sociedade brasileira é conservadora, 90% da população é cristã. Desses 90%, os evangélicos e católicos praticantes são 70%. Nós somos maioria absoluta neste país, amigo. Pergunto: qual é o deputado gay que teve uma votação expressiva? Esse Jean Wyllys (deputado federal do PSOL-RJ) entrou na sobra de legenda, com 13 mil votos, pendurado num cara (o deputado Chico Alencar, do PSOL, segundo mais votado do Estado). É o mais famoso dos gays e não tem voto, não tem porcaria nenhuma.

ÉPOCA – Como o senhor reagiria se um de seus filhos ou netos dissesse que é gay?

Malafaia – Vou melhorar tua pergunta, aprofundá-la. Se algum filho meu fosse assassino, se algum neto meu fosse traficante, se algum filho meu fosse um serial killer e tivesse esquartejado 50, continuaria o amando da mesma forma, mas reprovando sua conduta. Meu amor por uma pessoa não significa que apoio o que ela faz. Daria o Evangelho para ele, diria que Jesus transforma, que ele não nasceu assim, que é uma opção dele.

Fonte: Época

sábado, 2 de julho de 2011

OMG News: Magno Malta: “Lei anti-homofobia é um defunto”

Senador Magno Malta
Congresso em Foco - O senhor chegou a dizer que renunciaria ao mandato caso fosse aprovado o projeto que torna crime a homofobia. A promessa continua de pé?
Magno Malta - O que eu quis dizer foi o seguinte: eu tento tanta certeza de que ele [o projeto] não vai ser [aprovado], que eu disse que renunciaria. Muitos eleitores, e mesmo pessoas da imprensa, deram publicidade a essa minha fala em outro contexto. No dia em que os hackers invadiram a página da presidenta Dilma, naquela madrugada também houve uma invasão à minha página, inclusive colocando a “digital” na invasão, porque citavam exatamente elementos para o que o PL 122 fosse aprovado, para que eu renunciasse. Estão tentando transformar isso numa luta entre evangélicos e homossexuais. E não é. Eu, que presido a Frente Parlamentar da Família, sei que tem pessoas de segmentos religiosos diversos, gente que não professa fé nenhuma, que pensa da mesma forma. E que fazem parte da Frente, e somos maioria absoluta na Comissão de Direitos Humanos. Qualquer coisa que vier [a favor do projeto], certamente não terá sucesso.

Mas quando a senadora Marta Suplicy fala que o projeto pode voltar à estaca zero, isso não significaria uma recuo na luta contra o preconceito?
Esse número [PL] 122 é podre. Não aprovaremos nada com esse número. Eu encontrei esse rapaz, o [deputado] Jean [Willys]. Estávamos eu ele e o ascensorista apenas, e eu disse a ele: “Você está falando muita bobagem a meu respeito”. Porque ele dá entrevista dizendo que meu discurso é odioso, que eu disse que todo homossexual é pedófilo. Isso é uma mentira, onde está escrito isso? Eu sempre faço a defesa da opção das pessoas. Eu disse a ele: “Olha, isso [o PL 122] apodreceu. Eu topo conversar com você, no meu gabinete. Vamos discutir um texto novo”. Um texto para dar satisfação ou descarga na consciência, porque a Constituição já diz que nós somos iguais. Então nós vamos criar um texto para dizer de novo que nós somos iguais, que o respeito dado ao índio, ao negro, ao judeu é o mesmo que tem de ser dado ao homossexual? Ou mesmo a um garoto que nasceu com deficiência, um garoto estrábico, que não pode ser zombado na escola? Ora... Então vamos fazer, só para dar descarga na consciência? Vamos fazer. Está na Constituição, são as relações de boa convivência. A nossa dívida constitucional é essa, é respeitar as pessoas, as suas opções. Agora, com a participação de todos os partidos, vamos começar do zero, com novo número. Porque o PL 122 é um defunto, está morto.

Qual o problema com o número 122?
Porque é o “PL da Homofobia”, coisa e tal. O Brasil não é homofóbico, esse termo é uma desgraça que criaram. Por exemplo, você chega em casa e vê um casal heterossexual se beijando em baixo de sua janela, você fala e pede: “Amigo, minhas crianças estão aqui”. Se você pedir para um homem e uma mulher, eles não vão pedir para você ser preso. Quer dizer que você pode falar para um casal hetero que se contenha e não pode falar para um casal homossexual? Isso é uma brincadeira!

Esse é um dos pontos do projeto, deputado. Na sua opinião, qual o pior ponto do PL?
Todos são muito ruins. Ele tem sutilezas demais. Uma das sutilezas brabas é essa: se você não aceitar a opção sexual de alguém, você comete um crime. Se esse texto for aprovado assim, estão legalizadas também a pedofilia, o sadomasoquismo, a bestialidade da relação com animais, a necrofilia, que é relação sexual com defuntos... Quer dizer, qual a lei que o juiz vai obedecer? Qual será a interpretação dele?

Mas isso que o senhor está citando é crime ...
A lei maior se sobrepõe à menor. Vai ficar uma dúvida. O advogado do pedófilo vai poder pegar essa lei e alegar que essa é a opção sexual dele, que ele gosta de garoto de 9 anos de idade, de 2 anos. E aí? O juiz vai decidir como, se tem uma lei que diz que se você não respeitar a opção você é que é o criminoso? E o pedófilo deixa de ser criminoso. Olha que troço louco! Por exemplo, uma viúva pode dizer: “Meu defunto vai ficar aqui no prédio, eu quero viver com ele aqui mais dez anos, embalsamado. E o fedor entrando... A viúva pode levar um bode pra dentro do prédio, um jumento, até porque você só comete crime com animais silvestres e exóticos. Bode, jumento não estão nesse meio. Se isso for legalizado, como é que decide o juiz? São sutilezas. E essas pessoas que estão defendendo isso...

Mas, senador, será que não existe mesmo preconceito? Há, por exemplo, a questão da não contratação de homossexuais só por causa da orientação sexual...
Esse é outro absurdo. Se você não admitir um homossexual, cinco anos de cadeia. Se você demitir, sete. Se você não alugar seu imóvel, sete também. Dá problema de cadeia.

O senhor está dizendo que não será admitida a demissão de um homossexual se ele for incompetente?
Não vai! De jeito nenhum! E outra, se ele colocar o currículo na sua empresa, aí você se lascou. Você vai ter de admitir, se não vão ser sete anos de cadeia. Quer dizer, você pode demitir um negro, um índio, você pode demitir uma pessoa com deficiência. Você pode não alugar seu imóvel para um portador de deficiência que você não vai preso. Segundo o PL 122, se for um homossexual, aí você vai preso. Então, estão criando um império homossexual no Brasil, uma casta diferenciada em detrimento de uma grande maioria que não aceita isso.

Mas mesmo que o projeto tenha contradições, o senhor não teme que o acirramento dessa discussão possa aumentar os casos de violência contra homossexuais no país?
Não conheço essa violência que eles falam.

Mas e os casos registrados na Avenida Paulista, no centro de São Paulo?
Mas e a Cracolândia? E a Avenida Dom Pedro? E o Glicério, e a Praça da Sé, em São Paulo? Eu conheço a violência contra nordestinos, contra mendigos, contra meninos de rua, contra meninas de rua, que são violentadas, contra viciados. A violência que se faz quando se mata de fome milhares de famílias neste país, que são expostas ao relento. A violência é contra todos! Quem tem coragem de espancar ou matar um homossexual tem coragem de fazer isso com um idoso, um portador de deficiência. Não adianta trazer estatística, porque aí eu vou trazer mais estatísticas de gente que morreu no trânsito, atropelada por ricos. Por políticos bêbados, que se recusam a fazer [teste de] bafômetro]. Agora foi o [ex-deputado federal] Índio da Costa, antes foi o Aécio [Neves, senador], que não têm exemplo nenhum para dar a ninguém – um foi candidato a vice-presidente e o outro, agora, quer ser presidente. E se recusam a fazer bafômetro? E os anônimos, vão cobrar o quê dos anônimos? Então quer dizer que não tem proteção para um indivíduo que ficou tetraplégico porque foi atingido por um indivíduo desse, bêbado, na avenida? Tem proteção pro outro, que, para se proteger, diz que não faz bafômetro. Morre gente no trânsito todo dia, gente fica tetraplégica todo dia. O Brasil é um país violento. O uso e o abuso de drogas, que é o adubo da violência, faz vítimas todos dos dias, e não são homossexuais. É só ver as ocorrências de mortos pelos hospitais e delegacias que você vai ver que 99% são pessoas estavam vindo do trabalho, foram assaltadas, e morreram. Ou o cara que morreu dentro da rave [festa eletrônica], foi assaltar e morreu. Ou o outro que morreu dentro da boca de fumo. Essa história de colocar a violência contra homossexual para criar polêmica, que é um casuísmo muito grande, essa não vale.

O senhor teme ser comparado com o deputado Jair Bolsonaro?
Não. Acho que o homem é a sua decisão, é o que ele defende. E cada qual tem o direito de defender o que quer e o que acredita.

O que o senhor acha do deputado Bolsonaro?
Eu o respeito, porque ele tem posição. Só não respeito quem não tem posição, quem é camaleão, que fica da cor da situação para tirar proveito. Agora, ele é um sujeito incisivo, duro. Eu não. Eu sempre respeitei os homossexuais. Os homossexuais pagam imposto, trabalham, tem muitos prestando serviços a esse país, e precisam do nosso respeito. Eu trabalho na recuperação de drogados há 30 anos, e está cheio de drogados homossexuais. Eu sempre os recebi. Eu sou presidente de um partido que, em meu estado, tem travesti.

O senhor acha que homossexualismo é questão de doença?
Eu não entraria nesse mérito. Eu sei que Deus criou macho e fêmea. Fulana está grávida de um menino ou de uma menina. Você não diz que fulana está grávida de um homossexual, não existe isso! Agora, se o homem, por conta da sua cultura, quer se envolver com outro homem, isso é velho! No capítulo 1º de Romanos, a Bíblia diz o seguinte: “Por que se inflamaram na sua homossexualidade?”. Eu sou um homem cristão, e acredito nos moldes de Deus, macho e fêmea. Eu não acredito [em desvios sexuais], vou lutar até o final. Esse Senado da República não vai criar um terceiro sexo.

O senhor está certo, então, de que o projeto não será aprovado?
Completamente certo. Eu estou inclusive propondo banir essas audiências públicas e sugerir que se coloque em votação. Bota pra votar. Vamos enterrar esse defunto de uma vez, jogar terra em cima dele. E, se quiserem, vamos discutir um texto genérico só pra dar satisfação à consciência.

Então o senhor não vai renunciar...
De jeito nenhum.

Fonte: Congresso em Foco

terça-feira, 28 de junho de 2011

OMG News : Pastor usa redes sociais para incentivar jovens a só fazerem sexo depois do casamento

De onde veio a ideia da campanha?
Da minha vida, um dia escolhi esperar o tempo e a pessoa certos para ter um relacionamento da forma certa em vez de me aventurar emocionalmente. Como vivi isso e colhi os frutos, hoje falo aos mais jovens o que experimentei. Foi uma verdade que funcionou comigo, surgiu a ideia de fazer uma campanha assim como a do câncer ou contra as drogas. Começamos um movimento que valoriza a pessoa e os relacionamentos.

Do que se trata a campanha?
A sociedade prega uma falsa liberdade sexual, diz que devemos usá-la sem limites. E é aí que a liberdade acaba e tem graves consequências. Criamos a campanha para fortalecer jovens que querem uma vida emocional e sexual responsável, não é uma militância para ganhar novos adeptos. Sexo é um assunto tabu em igrejas cristãs hoje. Para alguns grupos é imoral falar sobre isso. Mostramos aos pais e líderes religiosos que ele precisa ser tratado de forma aberta urgentemente. Sexo não é imoral, foi criado por Deus, é uma coisa bela, o que precisamos é restaurar o sexo.

Qual o papel das redes sociais na campanha?
Usamos as redes para divulgar. Começamos há 4 meses e, para nossa surpresa, passamos dos 20 mil seguidores. Ganhamos 300 adeptos novos no Twitter por dia. A campanha é bem recebida na internet. Muitos jovens escrevem agradecendo. Até não-cristãos escrevem encorajando, acham que a sociedade perdeu valores.

As redes estão ajudando pessoas que querem esperar pelo casamento a sair do armário?
Estão gerando conscientização de que não há vergonha alguma nisso. Há tempos eu passei por isso, me sentia constrangido em dizer que minha opção era ser virgem na escola. Quando fui ficando mais velho, já falava abertamente. As redes ajudam as pessoas a verem que não é vergonhoso. Até liberta, dá o poder de dizer: cada um tem sua opção e a minha é essa.

Vocês têm algum plano para passeatas ou marchas?
Temos pensado à respeito. Estamos só cogitando, ainda sem plano de ação. Mas é possível. Já programamos mais mobilizações nas redes para 6 de setembro, que é dia do sexo. Em 20 de junho, fizemos uma twitcam e pedimos para as pessoas twitarem a hashtag #euescolhiesperar e dizer de onde são para conseguirmos rastrear suas cidades. Em 15 minutos, já estava nos TT’s, e ficou lá até o outro dia. Não foi proposital.

Na prática, que ações vocês fazem promover a ideia?
Oferecemos palestras e seminários em igrejas e entidades para pais, filhos adolescentes e também para pessoas de mais idade, nosso desejo é gerar cultura para os relacionamentos nos padrões de Deus, da Bíblia.

Você é pastor de onde?
Hoje estou dando seminários, não estou mais à frente de uma igreja. Fui 10 anos pastor da igreja evangélica de Vila Velha. Agora me dedico à ONG MOB (Mobilizando Brasil).

Quem sustenta a ONG?
Temos uma equipe voluntária. São advogados, professores, pessoas que têm causa e investem seu tempo nisso. Como as pessoas que trabalham na ONG são de igrejas diferentes, não divulgamos igrejas para não promover um grupo especifico, ela é de caráter cristão. Justamente pela neutralidade, nossa campanha foi bem aceita por diferentes segmentos.

Quem pretendem atingir com a campanha?
Queremos fortalecer jovens solteiros que tomaram a decisão de esperar. O assunto no Brasil hoje, na área da sexualidade, é o reconhecimento da união homossexual, a sociedade aprova essa conduta. Mas, se um jovem fala que quer se preparar para o casamento, é motivo de zombaria, sofre discriminação. Mostramos que eles não são malucos ou recatados. Não ensinamos castidade ou a virgindade, o foco é preparar para o casamento, para famílias saudáveis. A sociedade valoriza o ato sexual independente com quem seja, a liberdade não é para a pessoa, é para o sexo. Deus quer mais que virgindade, quer uma vida com boas ações. O grande número de divórcios acontece pela banalização da promiscuidade.

Quer dizer que quem não é mais virgem é bem recebido?
Encorajamos quem nunca teve uma experiência sexual a se guardar. E, àqueles que já fizeram, mas escolheram esperar, queremos mostrar que nunca é tarde para fazer o que é certo, recomeçar. O fato da pessoa já ter experiências antes não tira o valor de sua decisão. Dizemos que sexo é bom, é de Deus, só que no contexto do casamento.

Vocês têm alguma posição sobre camisinha?
Não pensei sobre isso, como nossa mensagem é focada aos solteiros, a camisinha acaba nem entrando em discussão, o foco é não fazer sexo. Você não precisa dela porque está se guardando para o casamento.

O que acham do anel de castidade usado por alguns grupos nos Estados Unidos?
Ainda não trabalhamos com o anel. Quando nos perguntam, aprovamos, mas precisa vir como símbolo da decisão que a pessoa tomou.

Fonte: Revista Galileu

segunda-feira, 23 de maio de 2011

OMG News: Mariana Valadão: "Hoje sou uma pessoa muito mais centrada"

Cogitou-se a gravação do seu DVD em outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. O que motivou para que este trabalho fosse realizado em Belo Horizonte, e na Igreja Batista da Lagoinha?

Mariana Valadão: Como em nossa vida tudo começa em casa, Belo Horizonte é minha casa e a Lagoinha, minha segunda casa. Aqui é onde tudo começou… minha vida com Deus, meus primeiros passos na música ainda criança cantando nos ministérios da igreja. Esta gravação é um presente para mim e que compartilho com os meus irmãos de BH. Assim como tivemos a direção de Deus para gravarmos aqui na Lagoinha, tenho certeza que em outros projetos teremos a oportunidade de buscar direção de Deus para onde iremos gravar.

Sabemos que este projeto será marcado pela regravação de algumas canções de seu primeiro e segundo CD´s solo. Mas ao todo, serão quantas canções e quantas inéditas?

Mariana Valadão: Ao todo serão 18 canções, entre inéditas e regravações. Vale ressaltar que CD ao vivo é outra coisa. Fica diferente as pessoas cantando junto, o clima ao vivo muda tudo e os arranjos estão bem refinados. Este CD/DVD é praticamente inédito, tem muita coisa nova. Quem participar da gravação e também adquirir este trabalho, no futuro sentirá a diferença e esperamos que sejam muito edificados.

Quem são os compositores das músicas inéditas? Você sempre comenta sobre a parceria que mantém com seu esposo, Felippe Valadão, na hora de produzir canções. Para você qual a importância do apoio dele e de toda sua família em seu trabalho como ministra?

Mariana Valadão: As músicas inéditas foram escritas pelo Felippe. Realmente o apoio dele é incrível, digo que não estaria na estrada se não fosse esse apoio dele. Minha família é um presente de Deus, sempre me apoiando e acreditando no chamado de Deus para minha vida.

A maternidade mudou sua sensibilidade como ministra, pastora e cantora? Como você percebe esta influência?

Mariana Valadão: A maturidade alcançada com a maternidade é incrível! Hoje sou uma pessoa muito mais centrada e focada. A alegria que tenho hoje de ser mãe gerou em mim uma fé e ousadia indescritíveis, é quase um ministério novo, de orar por onde passo por mulheres estéreis ou que tenham dificuldade de engravidar. Em muitas cidades que tenho voltado tenho tido a alegria de colher os testemunhos.

Mariana, no início do ano você testemunhou o cuidado de Deus no nascimento do seu filho Tito, que esteve na UTI. Qual palavra o Senhor ministrou ao seu coração naquele momento e que você tem trazido para esse projeto, o nascimento do seu DVD?

Mariana Valadão: Eu vi a poderosa mão de Deus em tudo! O que mais me marcou foi o fato da presença do Tito mudar o ambiente da UTI, dos pais que sempre vinham falar comigo sobre quando nós chegávamos à UTI o ambiente melhorava. Um dos significados do nome do Tito é aquele que acredita em Deus, e, essa verdade se manifestava todos os dias naquele lugar. Ele tão pequenino já fazia as pessoas crerem em Deus, como diz a canção que vamos gravar “Seja tudo em mim”, que esta verdade seja realidade todos os dias na nossa vida, seja qual for o ambiente, que nosso viver seja para marcar a vida de outras pessoas, essa é a realidade que buscamos como família.

Das canções que serão gravadas no dia 24 de maio, na Lagoinha, é possível destacar uma que fale diretamente ao seu coração nestes dias que precedem este grande momento?

Mariana Valadão: Sem dúvidas a música “Só vai Melhorar” que o Felippe fez depois das chuvas na Região Serrana do Rio de Janeiro. É uma mensagem de esperança e de fé que Deus quer trazer sobre nossa nação declarando que a luz de Deus vai brilhar sobre cada escuridão, sobre cada tristeza, sobre cada enfermidade. Creio que será um tempo de celebração muito forte para a Igreja ao redor do mundo.

Sabemos que as participações especiais desta gravação estão mantidas em sigilo, mas é possível adiantar para seus irmãos da Lagoinha alguma novidade?

Mariana Valadão: Bem, sem dúvidas, uma participação muito especial, claro, é a de vocês, meus irmãos da Lagoinha que me viram crescer! Não poderia deixá-los de fora deste momento tão especial na minha vida! Minha família também vai participar, meus pais, a Ana e o André, todos vão cantar comigo, vou tentar me segurar para não chorar a noite inteira (risos).

Sem dúvidas a gravação de um CD/DVD ao vivo envolve toda uma preparação, equipe técnica, intercessão, figurino, produção musical… Você já traz essa experiência das gravações do Diante do Trono, mas como é passar por isso em sua própria gravação?

Mariana Valadão: Vocês não fazem ideia! É muito diferente! No Diante do Trono a minha responsabilidade sempre foi menor, a Ana sempre foi uma grande líder. Estar a frente de um projeto é como conduzir um povo, só a força do Senhor para nos fazer descansar e confiar que tudo vai sair como sonhado e projetado. Como disse, ainda bem que tenho o Felippe que toma a frente de tudo junto aos nossos amigos, Alex Passos (vídeo) e Ruben di Souza (áudio). Assim, posso descansar e me concentrar na ministração e nas músicas. No figurino Deus mandou alguns “anjos” para nos ajudar, a minha irmã do coração Cassiane, minhas queridas amigas Lindsey e as queridas Cris Rajão, Veridiana e Patricia Mota, mulheres de Deus super abençoadas.

Já decidiram o nome deste trabalho? Existe uma previsão para quando sairá o CD e quando sairá o DVD?

Mariana Valadão: O nome ainda não foi definido. Segundo a gravadora, Graça Music, estamos nos organizando para que o CD seja lançado no final de julho ou início de agosto, e o DVD será o lançamento da gravadora na Expo Cristã, em setembro, em São Paulo (SP), que é a maior feira Cristã da América Latina.

Quando você está ali em seu momento com o Senhor o que lhe vem ao coração quando você pensa nesses quase três anos de carreira solo e em tudo o que Deus fez nesse período?

Mariana Valadão: Fidelidade e graça de Deus. Nunca imaginei que as coisas aconteceriam de forma tão rápida, tenho tentado seguir o caminho de Deus para minha vida, escrever minha história, ver o carinho das pessoas e ouvir os milhares de testemunhos que já recebi no meu site. A confirmação de que estamos caminhando na Luz, ajudando a melhorar a vida de milhares de pessoas com palavras de amor, fé e esperança em cada canção que estamos levando por todo Brasil.

Deixe uma palavra (convite) para os leitores.

Mariana Valadão: Queridos irmãos, é com muita alegria no meu coração que venho convidar você e sua família para estarem comigo nesta terça-feira, 24 de maio, às 18h, para a gravação do meu primeiro CD e DVD ao vivo. Quando pensamos em escolher o local para a gravação não conseguia pensar em outro lugar sem ter vocês comigo, minha família, minha igreja, meus amigos, onde tudo começou, vocês sempre me apoiando, me abençoando, e por isso agora quero dividir este dia tão especial com todos vocês! Venha com toda sua família, será uma noite incrível para todos nós e eu conto com minha amada e linda Igreja Batista da Lagoinha, até lá!!!

Jogo rápido com Mariana Valadão
Jesus : Tudo
Música : Ferramenta
DVD ao vivo : Um Sonho
Carreira : Minha vida
Família (mamãe Renata e papai Márcio ): Refúgio
Pr. Felippe : Meu Amor
Tito : Minha delícia
Ana Paula : Minha melhor amiga
André : Meu melhor amigo
Brasil : Meu campo missionário
Belo Horizonte : Meu porto seguro
Igreja Batista da Lagoinha : Minha casa
Amigos : Não troco por nada
Um versículo : “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará”. (Salmos 37.5.)
Bíblia : Meu manual

Fonte: PortalDT / Amigos DT via Elisândra Amâncio/Creio

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

OMG News: Bispo Renato Suhett, ex braço direito de Edir Macedo, abre o jogo sobre a Igreja Universal

Confira abaixo a entrevista com o Bispo:

Tendo chegado ao posto de segundo homem mais forte da Igreja Universal, e Bispo responsável pelo Brasil, o que o motivou a deixá-la da primeira vez?

Foram muitos os motivos, porém, o principal foi quando, em reuniões de bispos e líderes, a igreja decidiu constituir um partido político e usá-lo como instrumento principal para galgar o poder. Eu sempre estava indo contra esse pensamento, pois todo cristão consciente sabe que o Reino de Deus é o nosso fator determinante de qualquer mudança e que n’Ele está todo o poder de que poderíamos necessitar, pois trata-se do poder do nosso Deus. Quando eu via a igreja buscando alcançar o poder por meios exclusivamente humanos, vi que já não havia lugar para mim aí. E foi isso mesmo que aconteceu… Eu fui “auto-exilado” para a Califórnia, estive em Los Angeles e em San Diego por três anos, e a IURD acabou caindo nessa rede que todos já sabem… tiraram pastores e bispos dos altares, jogaram-nos na “cova dos leões”… mas não havia Deus para livrá-los. E vieram as lamentáveis e vergonhas ligações de bispos e pastores com os escândalos políticos que já sabemos… “sanguessugas”, “ambulâncias”, “jogos”… no que até resultou em prisões de homens que no início da igreja até foram usados por Deus… uma lástima. Enfim, foi essa troca de valores que me fez deixar, com tristeza, a igreja que tanto amei… nessa primeira vez.

Depois de ser apontado pela revista Billboard (em sua edição internacional) como o maior nome da música cristã da América Latina, você pensou em algum momento dedicar-se exclusivamente à carreira musical?

Não, porque nunca dei valor ao cantor, ao compositor, ou ao guitarrista Renato Suhett, mais do que ao Bispo Renato Suhett… Deus me mostrou desde o começo que o músico é quem segue ao Bispo e não o contrário… Na verdade, o músico que sou é apenas um apêndice do bispo que Deus, pela Sua misericórida e graça me ungiu. Creio que aqui vale ressaltar o que o apóstolo Paulo escreveu em Romanos 11:27: “porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”.

Enquanto liderava a IURD no Brasil, teve esperança de que ela pudesse mudar, isto é, tornar-se numa igreja mais bíblica e doutrinariamentie sadia?

Sim. Aliás, essa era a minha meta: Colocá-la no que chamamos de “sã doutrina”. Não por mim, mas pela direção do Espírito Santo. Era até mesmo um voto que eu tinha com Deus. Mas como um dia o Bispo Macedo me disse, aos gritos: “Graças a Deus que não deixei você mais como bispo do Brasil… Você iria acabar com a minha igreja, com o que eu quero para a Universal.” Creio que não precisa dizer nada mais.

Por que sua ênfase passou a ser a graça depois de sua saída da IURD?

Ora, eu queria “exorcizar” tudo aquilo que havia visto e aprendido na Universal e fui buscar nessa antítese, um extremo que muito me custou, pois aí, eu errei, exagerei, creio mesmo que perdi a visão de Deus, neste afã de estar contra tudo o que dizia respeito a Universal… Aí eu errei e feio… Peço perdão a Deus e a todos que foram, direta ou indiretamente, atingidos por este erro. Sinceramente, a salvação é mesmo pela graça, é claro, é bíblico, mas não precisava que eu exagerasse tanto. Tirei a Ceia, o Batismo, deixei de expulsar demônios, etc. Esquecendo-me que essas coisas não são sugestões de Deus, mas ordens daquele é que o nosso Senhor Jesus Cristo. Errei, vacilei… Que bom que a misericórdia de Deus me contemplou. Sou um sobrevivente por esta misericórdia divina, com certeza…

Em que momento você acha que seu ministério perdeu o ponto de equilíbrio em termos doutrinários?

No afã de desdizer exageradamente tudo que era da Igreja Universal, acabei me desviando das diretrizes básicas do Senhor Jesus. Aí está o ponto… e como não, do orgulho de achar, na queda, que eu poderia falar o que viesse na minha cabeça, e que estava sempre certo. Meu Deus… que vergonha… Creio que todo líder deveria ter como lição obrigatória um vídeo do meu primeiro líder, Bispo Roberto McAlister, que inclusive está disponível no Youtube e que se chama “Orgulho”. Neste vídeo, ele fala, pelo Espírito Santo, de tudo que devemos ponderar e refletir ao assumirmos essa função de liderar homens e mulheres na obra que é de Deus. Com isso, estou admitindo categoricamente que também pequei por orgulho.

Qual a razão de você haver mudado radicalmente sua mensagem, passando a divulgar o exoterismo?

Foi uma tentativa de trazer um grupo, que a meu ver, nenhum igreja ainda o havia alcançado para Cristo (Desculpem-me se estiver errado): Os chamados esotéricos, espiritualistas (que não são os espíritas, candomblecistas, ou macumbeiros). Achei que poderia ajudá-los a chegar ao evangelho de Cristo, como se diz: “ganhá-los para Jesus”. Mas já estava eu tão desacreditado pelos evangélicos, alienado, marginalizado, por meus ímpetos de orgulho, etc. E parece que a imitação foi tão “bem feita”, que acabaram disseminando no meio evangélico que eu, de fato, havia me tornado exotérico. Imagine você em que confusão fui me meter… Creio que seria o caso do roto falando do esfarrapado. Eu não tinha condições espirituais mínimas, naquele momento, de encarar uma empreitada dessas… hoje até me faz rir, mas foi muito triste. Uma grande confusão, total, desordenada e completa. E eu ali… feito um bobo, acho que nem sabia mais quem eu era, o que era, ou para que estava vivendo… além de perder a visão, creio que perdi a noção e a razão. E veja que até hoje tem gente que me olha meio de lado, talvez pensado: esse homem esteve em “sociedades secretas”, etc. Discretos ou indiscretamente… [risos] Desculpe, mas estou rindo de pensar a que ponto um homem chega de ridículo, quando perde a visão e a direção do Espírito Santo. “A minha alegria é o Senhor, que conheceu a minh’alma e não me rejeitou”… Só Deus mesmo para nos aturar… porque nem eu mesmo sabia mas quem era. Foi, simplesmente, horrível essa fase.

Por que decidiu retornar à IURD?

Aí vamos parar no outro extremo. Foi tanto exagero, exacerbações… que decidi voltar após ouvir um conselho de um amigo, homem de Deus (não sei se ele me autorizaria dizer seu nome, mas Gleiber de Andrade). Este homem me disse, estando eu no Rio de Janeiro: “Olha, Renato, o que você está fazendo com sua vida. Lembra de onde caís-te, arrependa- te e volta”. Considerei esta palavra, orei e o fiz literalmente: Voltei lá para catedral do Brás, achando que deveria ter caído, ou começado a cair por ali, quando ainda era o bispo do Brasil na IURD. Achando que a Universal havia mudado (que duendes e fadas existiam, bem como o Papai Noel…[risos]). Mas na situação que estava, acho que valeu a experiência, pois voltei a ter contato com “algo”, um mínimo residual do Evangelho pleno, creio eu.

Em algum momento sentiu que seu testemunho foi usado para estancar o êxodo de membros da IURD para outras igrejas como a Mundial?

Em todo tempo… [risos] Depois, lá na frente, estando no México e quando me mandaram de volta ao Brasil e o Romualdo me recebeu, não com aquele carinho do tempo do testemunho, mas de outro modo, e dizendo que o Bispo Macedo tinha outro plano pra mim, que não deveria estar mais no altar e sim ser um tipo de diretor ou gerente de uma rádio em Volta Redonda… e esquecer o altar. Aí a ficha caiu. Fui simplesmente um objeto de uso, quanto do testemunho, para que outros não saíssem mais e sofressem como sofri… Entendi tudo e vi que estavam tentando enterrar o que Deus me deu, e em vida (enterrar-me vivo). Óbvio que pulei fora, pois não havia mais lugar ali para mim. Muito menos nos dias de hoje. Saí de lá para entrar de vez no Reino de Deus, agora sim… não por mão do Bispo Macedo, nem de ninguém, mas de Deus mesmo. Que bom!

Quanto tempo foi preciso para que retornasse ao púlpito?

Fiquei um ano na “geladeira” no Brasil e trabalhei como pastor por dois anos no México, onde tive o privilégio de conhecer uma gente maravilhosa e muito aberta ao Evangelho. Só lhes falta este Evangelho verdadeiro e pleno. É, de fato, um campo a ser desbravado. Foi uma boa experiência, pois por dois anos tive que trabalhar como pastor sem nenhum auxiliar, fazendo quatro reuniões diárias. Aprendi muita coisa lá. Valeu muito e não me queixo de nada, principalmente por aquele povo tão sincero de coração que são os mexicanos.

Por que resolveu deixar a IURD novamente?

Porque entendi que o “cantado e decantado perdão ao filho pródigo” não passava de uma grande panacéia pra “brasileiro ou si lá quem ver”. rs Ora, o Bispo me proibiu de pregar e queria que eu fosse um executivo… meio executivo de rádio…nem sei o que é isso. Meu objetivo é viver do e no altar do Senhor até o fim dos meus dias…

É verdade que foi recebido pela Mundial?

Não. Quando voltei estive com o apóstolo Valdemiro por uma vez e assisti a umas reuniões dele. Afinal, fui eu que, quando Bispo do Brasil, o consagrei a Bispo. Foi apenas um encontro de velhos amigos. Mas o ministério que Deus deu a ele é o dele, o meu tem outro perfil. E que Deus abençoe a ele muito, como também ao Bispo Macedo, e a todos da Universal, Mundial, Radial, Medial, Afinal, etc. e tal… [risos]

Quais são suas expectativas ministeriais?

Simplesmente e sinceramente ser um instrumento nas mãos de Deus para estabelecer as diretrizes do Seu Reino aqui, e “preparar o caminho para o Senhor”, tendo sempre em vista que “Ele cresça e eu diminua”. Na prática, evitar os erros do meu passado e aproveitar esta grande oportunidade que o Senhor está dando… Igreja de Jesus Cristo. Tudo muito simples, de acordo com o mandamento do Senhor Jesus: “Amar como Ele nos amou”, curar os enfermos, expulsar demônios, batizar em nome de Jesus, buscar o Espírito Santo, realizar a Ceia do Senhor, não em memória, mas como celebração de Jesus Cristo vivo em nós, Sua Igreja!

Pretende retomar sua carreira musical?

Ah, com certeza que o cantor, o músico e o compositor vão de mala pronta junto com o bispo, é certo… Agradeço muito a paciência de todos para comigo, que Deus os abençoe rica e abundantemente em Cristo Jesus!!!

Fonte: Genizah Virtual e Gospel+